MPF vai investigar suposta formatação de computadores do Planalto

MPF vai investigar suposta formatação de computadores do Planalto
Procuradores querem detalhes sobre alegação de que ameaça obrigou procedimento em arquivos após derrota de Bolsonaro
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O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal pediu, nesta sexta-feira (11), que seja aberta uma investigação para apurar o eventual sumiço de arquivos dos computadores do Palácio do Planalto. A decisão do MPF vem após o portal “Metrópoles” apontar que os computadores da sede do Poder Executivo estão sendo formatados sob alegada ameaça a sistemas e bancos de dados. Esse procedimento teria sido realizado dias após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições e na data em que o primeiro nome da transição, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi nomeado.

“O MPF quer que a Secretaria-Geral da Presidência explique de quem partiu a ordem de formatação dos HDs e se a pasta promoveu a apuração de responsabilidades sobre eventuais causas e responsáveis pelo ocorrido”, diz o MPF, que agiu de ofício.

A Procuradoria aponta que as explicações do governo à imprensa foram limitadas.
“Em nota à imprensa, a Secretaria-Geral da Presidência limitou-se a dizer que um “malware” foi detectado em algumas estações de trabalho. A infecção, segundo a nota, ocorreu por meio de “phishing”- técnica usada na internet para o roubo de dados confidenciais. A pasta garantiu que não houve vazamento de dados, nem comprometimento de sistemas hospedados na rede da Presidência da República”, informa a nota do MPF.

Os procuradores dizem que os fatos são “graves e suficientes para instaurar uma investigação”. Além disso, enfatiza o fato de que a Presidência não esclareceu se os computadores foram formatados, se houve perda de arquivos ou dados públicos e se abriu alguma investigação sobre o episódio.

“Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências”, concluiu o MPF ao pedir a investigação.

otempo